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Rodrigo Leão celebra duas décadas de "Cinema" com concerto no Coliseu do Porto
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Rodrigo Leão celebra duas décadas de Cinema com concerto no Coliseu do Porto

Rodrigo Leão celebra duas décadas de Cinema com concerto no Coliseu do Porto 

Rodrigo Leão é um músico e compositor português com uma discografia vasta são mais de 25 discos editados. O álbum Cinema, o seu sexto trabalho, de 2004, terá sido um dos mais importantes da sua carreira. O disco, que é uma viagem pelo seu imaginário cinematográfico e “pela força da sua intuição”, vai ser apresentado nos coliseus. O músico atua no Porto a 27 de junho. 

Agenda Porto: O que representa para si o álbum Cinema? 

Rodrigo Leão: É evidente que é, talvez, o disco mais importante que eu fiz, sem perceber na altura que o ia ser. Fi-lo de uma forma intuitiva; aliás, como faço sempre todos os trabalhos que desenvolvo. Sem dúvida, foi um disco que acabou por ter muito mais aceitação por parte do público do que eu pensava.


AP: Como será revisitá-lo passadas duas décadas?

RL: Emocionante… espero eu.


AP: Quais foram as suas principais inspirações para criar este disco?

RL: O cinema. Porque de facto a minha música sempre teve muito dessa arte, daí a razão do título. Outra grande inspiração foram os meus filhos, que me acompanharam durante todo o processo de criação. O António tinha três ou quatro anos e a Rosa tinha um quando lancei o disco.


AP: Como começa a planear um disco?

RL: Há uma primeira fase em que eu estou sozinho a procurar ideias e a compor e depois há um momento em que sinto que já tenho um número de canções que formam um todo e, portanto, a partir daí eu começo a trabalhar com os músicos e com os produtores.

Rodrigo Leão celebra duas décadas de Cinema com concerto no Coliseu do Porto

Capa do álbum "Cinema", 2004, ©DR

AP: As músicas de Cinema são um convite a uma viagem (sonora). Para onde é que o levam? 

RL: Há sempre um lado muito abstrato na música que eu faço. Uma melancolia… Mas também alguma alegria. Estas músicas levam-me para viagens que fiz de carro, para sítios e pessoas que fui conhecendo. As viagens acabam por ser, também, uma influência na música que faço. Este disco leva-me para a minha adolescência também, altura em que era apaixonado por cinema. 

 

AP: Aconteceu alguma coisa durante a criação do disco que não tivesse planeado? 

RL: Tivemos a participação da Beth Gibbons [vocalista dos Portishead], por exemplo, que eu não esperava. Apesar de lhe termos enviado uma maquete, que no final ela acabou por aceitar, e trabalhou connosco aqui, em Lisboa. 

 

AP: Qual foi o impacto deste álbum na sua vida? 

RL: Penso que a partir do Cinema começámos a fazer mais concertos e a minha música começou a chegar a mais pessoas, e isso, obviamente, deixou-me feliz. Foi um estímulo para continuar a compor e a atuar ao vivo. Continuei a fazer música de uma forma muito intuitiva e sem estar a preparar, ou seja, quando eu começo a compor para um disco não estou preocupado com o caminho que vou seguir, as coisas vão-me surgindo naturalmente e eu vou seguindo a intuição. 

 

Rodrigo Leão celebra duas décadas de Cinema com concerto no Coliseu do Porto

© Tiago Fezas Vital

AP: No espetáculo dos coliseus, o álbum vai ser apresentado tal e qual ou vamos ter surpresas? 

RL: Há alguns temas que continuamos a tocar ao longo destes anos todos e há outros temas que já não tocamos há muito tempo; portanto, a minha preocupação é juntar as músicas deste álbum e outras músicas ligadas ao cinema, como músicas que entraram em filmes como Mordomo, A Gaiola Dourada, entre outros.
Estamos muito entusiasmados com estes concertos que vamos fazer nos coliseus; primeiro, porque estamos a celebrar vinte anos de um disco muito especial para nós e, segundo, porque vamos fazer um concerto mais cinematográfico do que os que fazemos habitualmente


AP: Vão ter artistas convidados no concerto? 

RL: Vamos ter uma participação muito especial da Sónia Tavares que nos ajudou muito neste trabalho específico do álbum Cinema. E, para já, não temos mais nenhuma confirmação. 

 

AP: Qual é a sua relação com o Porto? É uma cidade que o inspira? 

RL: Então, não é!? Claro que sim! Não só pela cidade em si, mas, sobretudo, pelas pessoas, pelo carinho que têm pela música e uns pelos outros. É uma cidade muito especial. 

 

AP: E o Coliseu do Porto? 

RL: O Coliseu do Porto é sempre um sítio muito emblemático e especial para mim. O público é caloroso e, portanto, estou muito contente por podermos levar este concerto ao Porto. 

AP: O que é que o público pode esperar do concerto de dia 27 de junho no Coliseu do Porto? 

RL: Será um concerto intimista, com momentos mais melancólicos e outros mais festivos, em canções como “La Fête” ou “A Comédia de Deus”. Assim, será um concerto que viverá de alguns contrastes. 


AP: O Rodrigo é um artista multifacetado. Algumas capas dos seus álbuns são desenhadas por si... 

RL: Fiz só as capas de dois álbuns. Os desenhos surgiram na minha vida em momentos de alguma frustração artística em que não estava com grande inspiração para compor músicas e, então, desenhava, e depois alguns destes desenhos foram úteis e deram origem a duas capas: O Método e A Vida Secreta das Máquinas

por Maria Bastos

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