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A cidade como tela de Mazgani
Entrevistas
“Cidade de Cinema” é apresentado na Casa da Música
A cidade como tela de Mazgani

Shahryar Mazgani é um luso-iraniano que chegou a Lisboa com apenas 5 anos de idade, com a sua família que procurava fugir da opressão dos Baháʼí pelo Irão da Revolução Islâmica. Hoje conta já com 20 anos de carreira, e fomos conversar com ele sobre o seu mais recente álbum — “Cidade de Cinema” — a ser apresentado no dia 24 de outubro na Casa da Música.

O álbum, lançado ainda neste mês, tem uma grande novidade: Mazgani canta pela primeira vez em português. Originalmente, a escolha pelo inglês como idioma musical parecia fácil: “O Nick Drake, o Nick Cave e, sobretudo, o Leonard Cohen — todos eles cantavam em inglês. E eu tinha esta fantasia de fazer as coisas que eles faziam, gravar discos e atuar em palco como eles atuam.”

 

E assim foi ao longo de cinco discos editados ao longo de 13 anos — até que uma chamada do recentemente falecido Pedro Gonçalves (Dead Combo) lhe trouxe o desafio: “Ele já estava muito doente, mas ligou-me a propor fazermos um disco juntos em português. Eu resisti muito, mas era o Pedro, um talento extraordinário, e isso deu-me confiança para avançar.”

A cidade como tela de Mazgani

© DR

A cidade como tela de Mazgani

Após avançar para o disco, Mazgani fala no “susto” de cantar na língua que até então apenas usava “quando falo e quando sonho”, mas ultrapassada essa resistência, emergiu um valor inesperado: "Quando fui para o estúdio cantar em português quase não reconhecia a minha voz nos auscultadores. Estava-me a ouvir e a pensar ‘quem é este gajo?’. Mas dá um sentimento de caloiro, em que tudo é novo outra vez — o que é muito bom para quem faz trabalho criativo."

 

O título do álbum refere-se a Lisboa — e porquê “Cidade de Cinema”? Porque “é sobre a minha Lisboa, a Lisboa de um tipo que vive um bocado na sua cabeça, com o pé na rua e a cabeça nas nuvens”. Mas embora este álbum seja uma visão sua da cidade como tela onde são projetados os sonhos, Mazgani deixa sempre espaços em aberto para que as projeções de quem ouve possam também entrar: “quem ouvir e achar que a canção lhe serve, traz também a sua cidade à canção”, um pouco como todos trazemos também os nossos sonhos às ruas que percorremos.

Mas neste álbum sobre Lisboa há também muito do Porto: o videoclipe de Frente Leste foi realizado no Porto por André Tentúgal e o disco foi produzido por João Vieira, ambos “filhos do Porto”. Mazgani reconhece uma certa afeição pelos músicos do Porto, mas também pelo temperamento que se encontra aqui. Em jeito de resumo: “é uma cidade onde as pessoas são mais naturais, têm menos cálculos na maneira de ser.”

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