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Situado no coração do velho Porto, freguesia da Vitória, o Mosteiro de São Bento da Vitória – classificado Monumento Nacional em 1977 – é um dos edifícios religiosos mais importantes da cidade. Ficava dentro de muralhas, junto à Porta do Olival, ocupando parte da antiga judiaria. Presentemente, insere-se no âmbito da Cordoaria, logo abaixo da antiga Cadeia da Relação, edifício ocupado pelo Centro Português de Fotografia.
No final do século XVI, depois de difíceis negociações, os monges da antiga Congregação Beneditina Portuguesa decidem construir o Mosteiro como marca de presença monástica e ponto de apoio para os religiosos que se deslocavam de Norte para Sul e vice-versa. A cidade do Porto é, na época, viveiro de monges ilustres e o Mosteiro levanta-se como monumento de relevo pela sua grandiosidade arquitectónica e pela actividade dos monges, sobretudo ao nível da música e do canto, criando aqui uma verdadeira escola, de que o imponente órgão da Igreja é ainda emblema.
Concedida em 1598 a necessária autorização régia, o projecto é atribuído ao arquitecto Diogo Marques Lucas, antigo discípulo de Filipe Terzi. Os trabalhos de edificação têm início em 1604, arrastando-se até ao final do século. A Igreja adjacente é construída em 1693, mas as campanhas decorativas no interior prolongam-se até ao final do século XVIII. Um processo longo, que se reflecte na arquitectura, de tipologia maneirista e barroca, bem como na ornamentação da Igreja, com obras de diferentes períodos e de grande significado no contexto da história de arte portuguesa.
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