Aconteceram em Sanganer, Rajastão, no Noroeste da Índia, em Abril de 2023. Têm cinco metros de comprido por cerca de um e meio de largo cada uma e são feitas com corantes naturais em tecido cem por cento algodão. As medidas são importantes, porque falam do sítio – a mesa de trabalho na oficina armazém de Vikram Joshi, dono da fábrica de tecidos Rangotri e conhecedor de tinturaria antiga, tal como era (e ainda é mas escassamente) praticada em várias regiões na Índia. Esta foi a segunda vez que lhe aluguei, à semana, uma mesa de trabalho para fazer o que aqui vêem.
Por quê Três Irmãs? Mais pelo sentido da frase (e recorrendo aos desenhos animados de 87/88 - "Il était une fois ... la vie") e menos pelas referências literárias – Tchékhov e Gertrude Stein (embora lá estejam, atrás da nuca). Há a literalidade de serem três tecidos (ha! ha!) e de serem, entre si, familiares - vieram do mesmo ambiente, partilham dos mesmos elementos e matérias – tintos naturais, fibras vegetais. Temos a repetição e suas falhas, interrupções, pequenas diferenças a gerar imprevisíveis abismos na maneira de ser, como entre irmãs, “who are not sisters”.