Devemos ao Teatro da Rainha um convívio regular com a obra de um dos grandes dramaturgos contemporâneos. De Menos Emergências a Definitivamente as Bahamas, de Contra a Parede a O Resto Já Devem Conhecer do Cinema, foram muitas as oportunidades de ler em cena o teatro cruel, dilemático, divertido, palavroso e musical de Martin Crimp. Dividida em três partes ou estações, numa estrutura que nos reenvia para o Inferno, o Purgatório e o Paraíso de A Divina Comédia de Dante, Na República da Felicidade (2012) é uma das peças mais zangadas de Crimp. É inútil procurar aqui uma visão consoladora da felicidade e da democracia, as duas ideias evocadas no título. No seu centro, vamos encontrar o monumento arqueológico em ruínas a que damos o nome de família. É da sua destruição que nos fala Crimp, pondo a descoberto o desamor, a degradação das relações afetivas, a venalidade, a competição, a inveja, o ciúme e a ambição egoísta que arruínam qualquer ideia de felicidade coletiva.
Devemos ao Teatro da Rainha um convívio regular com a obra de um dos grandes dramaturgos contemporâneos. De Menos Emergências a Definitivamente as Bahamas, de Contra a Parede a O Resto Já Devem Conhecer do Cinema, foram muitas as oportunidades de ler em cena o teatro cruel, dilemático, divertido, palavroso e musical de Martin Crimp. Dividida em três partes ou estações, numa estrutura que nos reenvia para o Inferno, o Purgatório e o Paraíso de A Divina Comédia de Dante, Na República da Felicidade (2012) é uma das peças mais zangadas de Crimp. É inútil procurar aqui uma visão consoladora da felicidade e da democracia, as duas ideias evocadas no título. No seu centro, vamos encontrar o monumento arqueológico em ruínas a que damos o nome de família. É da sua destruição que nos fala Crimp, pondo a descoberto o desamor, a degradação das relações afetivas, a venalidade, a competição, a inveja, o ciúme e a ambição egoísta que arruínam qualquer ideia de felicidade coletiva.