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Museu do Porto — Walden, de Jonas Mekas
«Walden» (1968), Jonas Mekas, ©DR
Walden, de Jonas Mekas
Com Pedro Sobrado
Museu do Porto — Walden, de Jonas Mekas
«Walden» (1968), Jonas Mekas, ©DR

Ano: 1968
Duração: 177′


Há em "Walden" uma espécie de prolongamento do trabalho de Dziga Vertov: há, digamos, uma realidade, um grupo de pessoas que, por exemplo, caminha numa rua; essa realidade tem vários aspetos e esses aspetos, por sua vez, têm vários aspetos, infinitamente.

Todos eles, fragmentados, interferem pela montagem constantemente uns com os outros, de várias maneiras, sem antes, durante e depois dos gestos, sem antes, durante e depois do que se esboça, numa espécie de moinho onde tudo se liga a tudo. A interação de tudo é mais visceral em Mekas. E ele, à parte a sua crença, tem a sua maneira — a imagem é o resultado disso. Não há ninguém que surja zangado em "Walden", por exemplo. Só ele escolhe assim. Mekas fala às imagens, e isso é tão comovente! E temos também a presença intensa, bruta, do vento contra o microfone, que é bom de sentir. E a luz flashada, recortando a imagem, fazendo aparecer e desaparecer os rostos, os corpos que dançam, que são dançados por ela, envolvendo-os com um êxtase de marionetas. Só Jonas Mekas faz assim. Se alguém quiser saber, daqui a mil anos, o que é (foi) este mundo e o que são (foram) estas pessoas, será a partir de "Walden" que poderá ter alguma relação com isso.

18
Jul
2024-07-18T21:30:00Z
2024-07-18T16:22:11Z
Biblioteca Municipal Almeida Garrett
21:30

Gratuito

Jardins do Palácio de Cristal, R. de Dom Manuel II

Mais info

Museu do Porto — Walden, de Jonas Mekas

Evento de

Revolução, Já!
Gratuito

Ano: 1968
Duração: 177′


Há em "Walden" uma espécie de prolongamento do trabalho de Dziga Vertov: há, digamos, uma realidade, um grupo de pessoas que, por exemplo, caminha numa rua; essa realidade tem vários aspetos e esses aspetos, por sua vez, têm vários aspetos, infinitamente.

Todos eles, fragmentados, interferem pela montagem constantemente uns com os outros, de várias maneiras, sem antes, durante e depois dos gestos, sem antes, durante e depois do que se esboça, numa espécie de moinho onde tudo se liga a tudo. A interação de tudo é mais visceral em Mekas. E ele, à parte a sua crença, tem a sua maneira — a imagem é o resultado disso. Não há ninguém que surja zangado em "Walden", por exemplo. Só ele escolhe assim. Mekas fala às imagens, e isso é tão comovente! E temos também a presença intensa, bruta, do vento contra o microfone, que é bom de sentir. E a luz flashada, recortando a imagem, fazendo aparecer e desaparecer os rostos, os corpos que dançam, que são dançados por ela, envolvendo-os com um êxtase de marionetas. Só Jonas Mekas faz assim. Se alguém quiser saber, daqui a mil anos, o que é (foi) este mundo e o que são (foram) estas pessoas, será a partir de "Walden" que poderá ter alguma relação com isso.

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