Como pode a prática coreográfica abrir rotas de fuga das forças de achatamento das experiências de vida? Uma figura solitária perambula pelo palco citando coleções de trechos de letras de músicas, textos filosóficos e discursos de figuras importantes da cultura ocidental. Musa Insistente emerge de aproximações entre os conceitos de fuga e de coreografia, examinando a linguagem como representação do mundo, a fim de observar o esgotamento das narrativas que o sustentam. Um movimento de fuga é ativado por ciclos de repetição, emaranhamento e erosão das palavras, em uma dinâmica de retroalimentação entre fala-voz-corpo-movimento. A fuga é essa musa que insiste em nos inspirar a procurar saídas e inventar novos modos de ser, pensar, ver e fazer, para além dos enquadramentos rígidos do mundo. — Leandro de Souza