PT
"Espectrometria" é uma técnica científica usada para analisar e medir as propriedades da luz e outras formas de radiação eletromagnética enquanto interagem com uma amostra de matéria. Na sua essência, a espectrometria identifica e quantifica diferentes componentes da luz, dividindo-os num espectro de frequências ou comprimentos de onda específicos. Essa divisão permite a análise das características físicas e químicas da amostra, como sua composição e estrutura molecular.
Quando a luz branca passa através de um prisma ou retículo de difração, ela decompõe-se em diferentes raios de luz. A projeção desses raios emitidos num anteparo produz uma faixa de cores que vai desde o vermelho até o violeta, conhecida como espectro de emissão. A cor resultante está diretamente relacionada com o comprimento de onda da luz.
O movimento contrário também é possível e é o princípio do funcionamento dos ecrãs, onde a luz é produzida e combinada em vez de decomposta. Cada pixel é composto por três subpixels de luz – vermelho, verde e azul – cujas intensidades podem ser ajustadas de forma independente, são controlados eletronicamente para emitir luz em diferentes níveis de brilho. A combinação dessas intensidades em diferentes proporções cria uma vasta gama de cores visíveis ao olho humano, aproveitando o fenómeno da **síntese aditiva de cores**. Quando os três subpixels (R, G e B) estão no nível máximo de intensidade, eles produzem luz branca.
Já no campo da pintura, o desafio da cor vai além do entendimento físico da luz, aproxima-se do domínio da experiência. As teorias de Goethe sobre a cor inspiram uma concepção da pintura como algo além da decomposição científica das suas propriedades, desafiando a ideia de que a cor seja apenas uma manifestação física. Para Goethe, a cor é uma experiência que envolve sensação e contexto – é, portanto, um fenómeno psicológico e subjetivo. Na minha prática artística, busco algo similar: não só captar a luz, mas também construir uma presença sensorial e subjetiva da mesma.
A pintura, ao longo dos séculos, sempre refletiu uma relação direta com a técnica e com a tecnologia, mas o que me interessa é justamente a sua capacidade de escapar das lógicas estritamente racionais, contornando regras e construindo sentidos que operam fora dos limites do científico. Ao evocar luz e cor nas minhas obras, proponho não uma representação fiel, mas uma versão poética e artificial da realidade, encontrando soluções para tornar visível ou sensível aquilo que nos rodeia.
Persigo a ideia de que a luz pode ser não apenas captada, mas tornada presente, materializada na pintura, um desejo inatingível que acompanha a história desta prática. Procuro, mesmo que esteja fora do meu alcance, transcender a mistura física dos pigmentos e aproximar-me uma e outra vez daquilo que é imaterial. - Gil Madeira
Mais info
"Espectrometria" é uma técnica científica usada para analisar e medir as propriedades da luz e outras formas de radiação eletromagnética enquanto interagem com uma amostra de matéria. Na sua essência, a espectrometria identifica e quantifica diferentes componentes da luz, dividindo-os num espectro de frequências ou comprimentos de onda específicos. Essa divisão permite a análise das características físicas e químicas da amostra, como sua composição e estrutura molecular.
Quando a luz branca passa através de um prisma ou retículo de difração, ela decompõe-se em diferentes raios de luz. A projeção desses raios emitidos num anteparo produz uma faixa de cores que vai desde o vermelho até o violeta, conhecida como espectro de emissão. A cor resultante está diretamente relacionada com o comprimento de onda da luz.
O movimento contrário também é possível e é o princípio do funcionamento dos ecrãs, onde a luz é produzida e combinada em vez de decomposta. Cada pixel é composto por três subpixels de luz – vermelho, verde e azul – cujas intensidades podem ser ajustadas de forma independente, são controlados eletronicamente para emitir luz em diferentes níveis de brilho. A combinação dessas intensidades em diferentes proporções cria uma vasta gama de cores visíveis ao olho humano, aproveitando o fenómeno da **síntese aditiva de cores**. Quando os três subpixels (R, G e B) estão no nível máximo de intensidade, eles produzem luz branca.
Já no campo da pintura, o desafio da cor vai além do entendimento físico da luz, aproxima-se do domínio da experiência. As teorias de Goethe sobre a cor inspiram uma concepção da pintura como algo além da decomposição científica das suas propriedades, desafiando a ideia de que a cor seja apenas uma manifestação física. Para Goethe, a cor é uma experiência que envolve sensação e contexto – é, portanto, um fenómeno psicológico e subjetivo. Na minha prática artística, busco algo similar: não só captar a luz, mas também construir uma presença sensorial e subjetiva da mesma.
A pintura, ao longo dos séculos, sempre refletiu uma relação direta com a técnica e com a tecnologia, mas o que me interessa é justamente a sua capacidade de escapar das lógicas estritamente racionais, contornando regras e construindo sentidos que operam fora dos limites do científico. Ao evocar luz e cor nas minhas obras, proponho não uma representação fiel, mas uma versão poética e artificial da realidade, encontrando soluções para tornar visível ou sensível aquilo que nos rodeia.
Persigo a ideia de que a luz pode ser não apenas captada, mas tornada presente, materializada na pintura, um desejo inatingível que acompanha a história desta prática. Procuro, mesmo que esteja fora do meu alcance, transcender a mistura física dos pigmentos e aproximar-me uma e outra vez daquilo que é imaterial. - Gil Madeira
Partilhar
FB
X
WA
LINK
Relacionados
Da secção
Gratuito
Exposição
Gratuito
Exposição
Visita