“Um místico gótico perdido por engano no século XIX”, assim se referiu a Bruckner o lendário maestro Wilhelm Furtwängler. Talvez aludisse às construções majestosas das suas sinfonias que se comparam a grandes catedrais. A sua última sinfonia ficou por terminar e era dedicada a Deus. Foi escrita na mística tonalidade de Ré menor, a mais utilizada nos Requiem. Não será preciso revelar muito mais para sabermos que estamos perante uma obra ímpar e muito especial, escrita com uma devoção que transparece nos sons da orquestra. Dirigida pelo seu maestro titular, Stefan Blunier, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música revela este adeus à vida de Bruckner.