Os dois maiores nomes do Classicismo vienense foram mentes inquietas e este concerto comentado é disso testemunho. Nos seus últimos anos de vida, Mozart deixou-se fascinar pelas obras de J. S. Bach e Händel, os maiores mestres do Barroco alemão, trazendo para a sua música técnicas de composição complexas mas em desuso, como a Fuga. O Adagio e Fuga é uma das suas mais notáveis experiências nesse campo e, a par da elaborada escrita imitativa, sugere uma influência maçónica que lhe acrescenta algum mistério. A Sinfonia n.º 85 de Haydn é também um sinal do entusiasmo pela criação artística fora da rotina. É uma das seis Sinfonias de Paris, escritas por encomenda de uma sociedade musical da capital francesa, e que lançaram uma fase de grande sucesso internacional do compositor, para lá do serviço exclusivo à corte dos seus patronos. Os grandes clássicos em busca de novos meios de expressão.