Denotando uma inspiração simultânea na Marcha Fúnebre da Sinfonia Heróica de Beethoven e no Requiem de Mozart, o Libera me de Bomtempo carateriza-se pelo seu tom austero e grandioso, que se reflete no modo como os blocos corais dialogam com a orquestra. Este responsório, cantado no Ofício dos Mortos, baseia-se numa prece de misericórdia e de paz para o Dia do Juízo Final, revestindo-se de uma solenidade majestosa. A Sinfonia Fúnebre de Haydn inaugura o programa anunciando esta temática. O maior compositor do Barroco, para muitos o maior compositor de todos os tempos, terá esta noite o seu célebre Concerto para cravo e orquestra em Ré menor interpretado em acordeão. O solista é João Barradas, que já gravou os concertos de Bach numa interpretação surpreendente e reveladora do potencial sonoro deste instrumento. — Casa da Música