O dispositivo visual “Calibragem”, comissionado originalmente para a exposição “Emancipação do Vivente”, nas Galerias Municipais de Lisboa, deriva de um conjunto de trabalhos de pesquisa urbana centrados na percepção sobre o território europeu. Frame Colectivo recolheu imagens sobre narrativas de supremacia eurocêntrica e nacionalista, filmando trajetos urbanos e rurais. A instalação, com curadoria do Museum for the Displaced, inclui dois vídeos e um mural de texto em letras de barro escrito por Sónia Baptista. Compõe uma paisagem poética que materializa palavras, memória e responsabilidade coletiva na moldagem do futuro urbano e rural europeu. “Calibragem” nasce da urgência de formular alternativas na percepção de identidade, nas práticas urbanas. Estas imagens captadas sem lente, viradas ao contrário, obrigam a contemplar e completar a paisagem europeia, interferindo na imagem que nos é familiar.
Frame Colectivo é um atelier de arquitetura sediado em Lisboa, que explora a intersecção entre arquitetura, urbanismo e arte em colaborações interdisciplinares. Desde 2013 dedicam-se à pesquisa em espaços urbanos públicos e semi-públicos, onde implementam projetos coletivos contextualizados. Desenham intervenções com o intuito de questionar micropolíticas urbanas dominantes e promover a participação cidadã.