Blackboards, de Samira Makhmalbaf

Esculpida a partir de elementos da história contemporânea e da mitologia atemporal, Blackboards é uma tragicomédia ambientada nas montanhas da fronteira entre o Irão e Iraque. O filme segue dois professores que, num cenário desolador marcado pela violência, atravessam aldeias devastadas e comunidades isoladas para educar crianças, enquanto carregam um quadro negro às costas. Durante a sua jornada, a dupla encontra vários grupos de crianças, que lidam de diferentes formas com as consequências da guerra. O filme, considerado uma joia do cinema iraniano, foi distinguido no Festival de Cannes com o Prémio do Júri.

The House is Black, de Forugh Farrokhzad

Primeiro e único filme realizado por Forugh Farrokhzad, uma das mais influentes (e controversas) poetisas e feministas iranianas, The House is Black retrata uma série de eventos da vida de uma comunidade de leprosos isolada no norte do Irão. Combinando imagens documentais e a narração de excertos do Antigo Testamento, do Alcorão e dos seus próprios poemas, a artista filma com delicadeza os vários estágios da doença — lançando um olhar à fragilidade da condição humana, mas também à beleza e esperança que podem coexistir com o sofrimento.