A Cooperativa Árvore começa 2025 com a Exposição de pintura “António Bronze – Espólio: estação 1”. A inauguração acontece no dia 18 de janeiro, às 16h e estará patente até 1 de fevereiro. Uma exposição que se instala como um campo de pesquisa perante o espólio de António Bronze (1935-2003), artista plástico que explorou múltiplos modos de expressão e que deixou um legado amplo — pela sua polivalência artística, pela extensão da sua produção plástica, e pela riqueza do seu percurso biográfico partilhado entre Portugal e Moçambique.
Esta incursão no espólio do artista pretende equacionar uma leitura à luz da mimese e da persona para desvendar algumas fases do seu trabalho. Algo como uma espécie de identidade imperfeita ou uma sombra, que se mantém em si como parte de uma organização do real na sua própria identidade, no confronto entre a destreza de uma linguagem técnica e a natureza de uma linguagem conceptual.
Usando a prática da curadoria enquanto exercício e, por extensão, a ideia de exposição enquanto laboratório, a mostra assume-se não como ponto de chegada da investigação, mas sim como ponto de partida de um processo complexo e moroso que é o desbravar de um espólio que aguarda um estudo profundo e sistemático.
COMISSARIADO
Manuela Bronze / i2ADS, Porto
Rita Maia Gomes / IHA / NOVA-FCSH
CONSULTORIA
Alda Costa / UEM, Moçambique
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BIOGRAFIA | ANTÓNIO BRONZE
Nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, a 11 de setembro de 1935 e faleceu a 6 de dezembro de 2003 em Ferragudo, Algarve, onde vivia e trabalhava desde 1976.
A partir de 1949 começou a participar em exposições coletivas, nomeadamente, as Exposições de Artes Plásticas de Moçambique. Estudou no Porto onde terminou o Curso Superior de Pintura (ESBAP) em 1962. Em 1956, apresentou uma individual na Galeria SEN (Soc. Editora Norte), no Porto, e integrou várias exposições coletivas ao longo da sua formação na ESBAP, nomeadamente, as Exposições Magnas da ESBAP. Em 1959, voltou a expor, individualmente, na Galeria Alvarez, Porto. Foi no Porto que integrou o Grupo de Gravadores do Porto 21G7 (Cooperativa de Gravadores), em 1959/60/61. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1964, viveu em Paris. Regressou a Moçambique, onde passou a residir e trabalhar até 1976, altura em que participou, entre outras, na Exposição das Celebrações da Independência, junho de 1975, com a obra “Jogadores de Futebol”, atualmente na Coleção do Banco de Moçambique e na exposição do 1.º Aniversário da Independência de Moçambique (pintura) com a obra “Pássaro”, atualmente na Coleção do Museu Nacional de Arte, Maputo.
Em 1975 participou na exposição Levantamento da Arte do Século XX, Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto. A partir de 1976 passou a residir em Ferragudo, Algarve, aí desenvolvendo as várias facetas da sua prática artística, com participações regulares em exposições coletivas e exposições individuais em Portugal e no estrangeiro. Em 2004, a exposição individual Alice..., que preparara até ao seu falecimento, foi apresentada em exposições individuais, simultâneas, na Galeria Degrau Arte (c. Marta Araújo) e na Galeria Esteta (c. Júlia Pintão) e, posteriormente, na Livraria Barata, em Lisboa. Em 2005, a XIII Bienal Internacional de Arte De Cerveira promoveu-lhe uma Exposição Homenagem. Em 2018, a exposição António Bronze_Desenhos e um painel de afetos foi apresentada no Museu Municipal de Amarante, onde está representado.