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A gastrodiplomacia promove a identidade e o diálogo. Mas pode também ser domínio e apagamento cultural do adversário.
A Gastrodiplomacia tem diferentes dimensões. Por um lado, em sentido restrito, é entendida como uma forma de política pública em que de um modo sistematizado o Estado, servindo-se da sua cozinha, exerce uma forma de política externa. Nesta perspetiva, a gastrodiplomacia distingue-se da cozinha diplomática, mais relacionada com as práticas diplomáticas adotadas nas refeições entre representantes estaduais.
É inegável a dimensão cultural, individual e coletiva da comida e a sua importância na constituição de relações individuais, mas também interestaduais. São muitos os exemplos relacionados com comida ou, mais em geral, com a alimentação ou a forma de a preparar, que integram a lista de património imaterial da humanidade da UNESCO: desde pratos específicos, artefactos e até mesmo “rituais” completos. Dos produtos utilizados, à forma de os cozinhar, ao momento de comunhão e diálogo que a refeição proporciona, evidencia-se a dimensão cultural (e intercultural) e de encontro que pode acontecer à volta de uma mesa.
No entanto, não faltam exemplos menos “pacíficos” em torno da gastrodiplomacia, na guerra e na paz. A cozinha e a gastronomia são cada vez mais importantes no plano da apropriação e captura cultural, como na afirmação de relações de domínio e de apagamento do adversário. É por isso que, nos atuais conflitos, nomeadamente na Ucrânia e na Palestina, nem sempre (ou, talvez melhor, quase nunca) a gastronomia, ou a comida, são associadas a uma mensagem de paz, conciliação e diálogo. Com efeito, a gastronomia, como símbolo cultural, tem sido também ela alvo da polarização e da reivindicação de heranças culturais.
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A gastrodiplomacia promove a identidade e o diálogo. Mas pode também ser domínio e apagamento cultural do adversário.
A Gastrodiplomacia tem diferentes dimensões. Por um lado, em sentido restrito, é entendida como uma forma de política pública em que de um modo sistematizado o Estado, servindo-se da sua cozinha, exerce uma forma de política externa. Nesta perspetiva, a gastrodiplomacia distingue-se da cozinha diplomática, mais relacionada com as práticas diplomáticas adotadas nas refeições entre representantes estaduais.
É inegável a dimensão cultural, individual e coletiva da comida e a sua importância na constituição de relações individuais, mas também interestaduais. São muitos os exemplos relacionados com comida ou, mais em geral, com a alimentação ou a forma de a preparar, que integram a lista de património imaterial da humanidade da UNESCO: desde pratos específicos, artefactos e até mesmo “rituais” completos. Dos produtos utilizados, à forma de os cozinhar, ao momento de comunhão e diálogo que a refeição proporciona, evidencia-se a dimensão cultural (e intercultural) e de encontro que pode acontecer à volta de uma mesa.
No entanto, não faltam exemplos menos “pacíficos” em torno da gastrodiplomacia, na guerra e na paz. A cozinha e a gastronomia são cada vez mais importantes no plano da apropriação e captura cultural, como na afirmação de relações de domínio e de apagamento do adversário. É por isso que, nos atuais conflitos, nomeadamente na Ucrânia e na Palestina, nem sempre (ou, talvez melhor, quase nunca) a gastronomia, ou a comida, são associadas a uma mensagem de paz, conciliação e diálogo. Com efeito, a gastronomia, como símbolo cultural, tem sido também ela alvo da polarização e da reivindicação de heranças culturais.
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