A “inteligência artificial” parece ser um tópico cuja atualidade se arrisca a não arrefecer. À sua óbvia utilidade para fornecer respostas ou indicações quase imediatas, ou ajudar em ambientes de programação, ou produzir imagens e até música, opõem-se considerações sobre os seus limites, tentando salientar a especificidade da criatividade humana, e sobre os seus perigos, como a capacidade de identificação, monitorização e controlo das ações de cada indivíduo. O que era distópico é hoje uma realidade. E, olhando para as brumas do futuro: quando é que a inteligência artificial alcançará a capacidade de autorreplicação?
Mas a interrogação deve ser mais profunda: afinal, de que falamos quando nos referimos a este tipo de inteligência? Que processos a modelam? A partir de que momento deixamos de estar perante uma resposta automática e nos encontramos perante uma resposta “refletida”? Qual é o limiar que se ultrapassa para “produzir” inteligência?
Afinal, a noção de inteligência vem do mundo biológico e, quando falamos de reflexão, referimo-nos fundamentalmente à atividade intelectual dos humanos. Portanto, é impossível pensar a inteligência artificial sem primeiro perceber o que, até há pouco, parecia estar limitado a esta esfera. E é por aí que queremos começar, perguntando a um neurologista, o Prof. José Barros (ICBAS), o que significa a inteligência do ponto de vista biológico, como se manifesta e quais são os sinais da sua atividade.
Em seguida, e com base na história do pensamento, queremos falar dos processos e matizes do pensamento humano, de consciência e inteligência. Questões adequadas para um filósofo, cujo nome revelaremos brevemente.
Finalmente, queremos entender o que define o surgimento de uma inteligência artificial. Como é esta inteligência construída? Existem processos-tipo de “fabricação” da inteligência, ou múltiplos caminhos para chegarmos a sistemas inteligentes? Para perceber isto, convidámos o Prof. Alípio Jorge, de Ciência de Computadores.
A sessão será moderada pela vice-reitora para a Transformação Digital e Gestão de Informação, Prof.ª Ana Maria Camanho, que nos guiará nesta conversa de transição entre os humanos e a sua criatura eletrónica.
Dia 22 de julho, às 21h30. Concerto integrado nas Noites no Pátio do Museu.
A entrada é livre até ao limite da lotação.
Nota: a realização desta sessão ao ar livre está dependente das condições meteorológicas. Caso estas não sejam favoráveis, o evento poderá realizar-se no interior do edifício ou ser cancelado.