São imaginados estes desenhos?! Sim, e por isso expõem-se incompletos. Mal acabados. Bem parecidos (!?), mas equívocos, quanto ao que mostram e, pior ainda, quanto ao parecem mostrar. Por estes motivos, voltamos a desenhá-los. Continuamos a refazê-los, repetidas vezes, em série. Isto porque, depois de esquecidos, reaparecerem: voltam a aparecer.
Mas, porque é que continuam a ser “imaginados”? Porque neles se agitam as suas próprias modificações e movimentos. Refazer desenhos já feitos não é redesenhar, é fazê-los de novo. Nem é refazê-los, mas sim voltar a fazê-los como quem quer vê-los a fazerem-se. E é, também, como a reevocação de desenhos não feitos e, por isso, ainda que mal-vistos e mal-parecidos, imaginados a aparecer.
Para ser breve, tudo o que é desenho (provisto de) nestes desenhos é reevocação de desenhos não-feitos. Porque são desenhos feitos pela exigência dos não feitos. Feitos por falta desses não-feitos que faltam (mal-imaginados?!) e pela exigência dessa mesma falta (possibilidade, desejo).
O que se expõe não são, portanto, obras feitas. Previne-se o público: há muitos desenhos em falta: desenhos a que falta o feito e os efeitos, apesar de tudo. Falta a prática, e na prática, como se diz. Mas estes desenhos, «mesmo outros», existem, inoperantes, sem obra. Dissemelhantes como os astros e, tal como eles, despovoados.