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Num mundo marcado por conflitos bélicos e instabilidade política, a exposição Hypermedieval Times, de Domingos Loureiro, apresenta uma reflexão pictórica sobre os tempos atuais, inspirada no conceito de neomedievalismo de Umberto Eco e na ideia de hipermodernidade de Gilles Lipovetsky. Através de paisagens carregadas de tensão e simbolismo, o artista questiona o impacto da fragmentação global, das rivalidades identitárias e da aceleração tecnológica sobre a perceção do território e do presente.
A exposição inaugura no dia 18 de Janeiro, às 16h e estará patente na Cooperativa Árvore até 15 de fevereiro.
No pano de fundo desta exposição estão os conflitos bélicos e a escalada de violência e divisão em diversas geografias; os impactos e transformações resultantes da ação humana sobre o planeta; e o retorno de Donald Trump ao poder, agora acompanhado pela influência de figuras como Elon Musk. Estes eventos moldam um momento de transição global, onde a polarização política, as disputas territoriais e a instabilidade das democracias (visível nas eleições em França e na Alemanha) põem em causa o equilíbrio de sistemas como a União Europeia, o estado das civilizações e a integridade dos ecossistemas. Ao mesmo tempo, vemos a ruína de um desejo de hegemonia global.
A exposição explora a relação entre entropia e utopia, dois conceitos aparentemente opostos, mas que coexistem na experiência contemporânea. As paisagens apresentadas tornam-se metáforas visuais da entropia — a crescente desordem que caracteriza o contexto atual, seja nos sistemas naturais, sociais ou políticos. Contudo, essas mesmas paisagens carregam uma tensão utópica, ao sugerirem um prelúdio à reinvenção. Esta dualidade é central na obra: enquanto a entropia parece desintegrar as formas e os significados, a utopia persiste como um horizonte inalcançável, mas presente, que projeta novas possibilidades para o futuro.
As pinturas traduzem essas tensões em paisagens desprovidas de figuras humanas ou estruturas reconhecíveis, mas repletas de uma densidade simbólica que evoca a fragmentação medieval descrita por Eco. A ausência de fronteiras claras e a fusão de elementos naturais e artificiais sugerem um mundo em que as disputas de poder, o colapso das hegemonias e as rivalidades globais se manifestam não apenas no território político, mas também no espaço físico e visual.
Neste contexto, a paisagem torna-se uma protagonista silenciosa e inquietante, através de territórios dilacerados e desolados, simultaneamente universais e distantes, que traduzem as consequências de guerras e divisões. Ao mesmo tempo, estas paisagens sugerem um futuro incerto, governado por "novos senhores feudais" — líderes políticos polarizadores, corporações tecnológicas e poderes descentralizados. A conexão entre o medieval e o contemporâneo emerge aqui como uma hiperbolização da nossa realidade, onde o caos do passado se apresenta como um reflexo ampliado das nossas fragilidades atuais.
Hypermedieval Times convida a contemplar as paisagens do presente como testemunhas da fragmentação global, questionando: estaremos a recriar os conflitos do passado numa escala ainda mais devastadora, ou estas paisagens são já o reflexo de um mundo onde a ordem e a unidade se tornaram inalcançáveis? Será a crescente desordem o prenúncio de um novo ciclo ou o fim definitivo de qualquer visão utópica? - Domingos Loureiro | Nota: Texto propositadamente redigido com o apoio da Inteligência Artificial.
BIOGRAFIA | DOMINGOS LOUREIRO
Valongo, 1977. É artista, Professor Auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e investigador integrado no i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. Diretor da Licenciatura em Artes Plásticas.
Responsável por diversas publicações de âmbito académico sobre paisagem, pintura e arte, tem realizado múltiplos eventos nacionais e internacionais sobre a investigação e prática artísticas.
Expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro, estando representado em coleções públicas e privadas em países como EUA, Espanha, Alemanha, Portugal, Irlanda, Inglaterra, Japão, França, Bélgica, Brasil, entre outros. Recebeu diversos prémios e integra enumeras publicações nacionais e estrangeiras.
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Num mundo marcado por conflitos bélicos e instabilidade política, a exposição Hypermedieval Times, de Domingos Loureiro, apresenta uma reflexão pictórica sobre os tempos atuais, inspirada no conceito de neomedievalismo de Umberto Eco e na ideia de hipermodernidade de Gilles Lipovetsky. Através de paisagens carregadas de tensão e simbolismo, o artista questiona o impacto da fragmentação global, das rivalidades identitárias e da aceleração tecnológica sobre a perceção do território e do presente.
A exposição inaugura no dia 18 de Janeiro, às 16h e estará patente na Cooperativa Árvore até 15 de fevereiro.
No pano de fundo desta exposição estão os conflitos bélicos e a escalada de violência e divisão em diversas geografias; os impactos e transformações resultantes da ação humana sobre o planeta; e o retorno de Donald Trump ao poder, agora acompanhado pela influência de figuras como Elon Musk. Estes eventos moldam um momento de transição global, onde a polarização política, as disputas territoriais e a instabilidade das democracias (visível nas eleições em França e na Alemanha) põem em causa o equilíbrio de sistemas como a União Europeia, o estado das civilizações e a integridade dos ecossistemas. Ao mesmo tempo, vemos a ruína de um desejo de hegemonia global.
A exposição explora a relação entre entropia e utopia, dois conceitos aparentemente opostos, mas que coexistem na experiência contemporânea. As paisagens apresentadas tornam-se metáforas visuais da entropia — a crescente desordem que caracteriza o contexto atual, seja nos sistemas naturais, sociais ou políticos. Contudo, essas mesmas paisagens carregam uma tensão utópica, ao sugerirem um prelúdio à reinvenção. Esta dualidade é central na obra: enquanto a entropia parece desintegrar as formas e os significados, a utopia persiste como um horizonte inalcançável, mas presente, que projeta novas possibilidades para o futuro.
As pinturas traduzem essas tensões em paisagens desprovidas de figuras humanas ou estruturas reconhecíveis, mas repletas de uma densidade simbólica que evoca a fragmentação medieval descrita por Eco. A ausência de fronteiras claras e a fusão de elementos naturais e artificiais sugerem um mundo em que as disputas de poder, o colapso das hegemonias e as rivalidades globais se manifestam não apenas no território político, mas também no espaço físico e visual.
Neste contexto, a paisagem torna-se uma protagonista silenciosa e inquietante, através de territórios dilacerados e desolados, simultaneamente universais e distantes, que traduzem as consequências de guerras e divisões. Ao mesmo tempo, estas paisagens sugerem um futuro incerto, governado por "novos senhores feudais" — líderes políticos polarizadores, corporações tecnológicas e poderes descentralizados. A conexão entre o medieval e o contemporâneo emerge aqui como uma hiperbolização da nossa realidade, onde o caos do passado se apresenta como um reflexo ampliado das nossas fragilidades atuais.
Hypermedieval Times convida a contemplar as paisagens do presente como testemunhas da fragmentação global, questionando: estaremos a recriar os conflitos do passado numa escala ainda mais devastadora, ou estas paisagens são já o reflexo de um mundo onde a ordem e a unidade se tornaram inalcançáveis? Será a crescente desordem o prenúncio de um novo ciclo ou o fim definitivo de qualquer visão utópica? - Domingos Loureiro | Nota: Texto propositadamente redigido com o apoio da Inteligência Artificial.
BIOGRAFIA | DOMINGOS LOUREIRO
Valongo, 1977. É artista, Professor Auxiliar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e investigador integrado no i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. Diretor da Licenciatura em Artes Plásticas.
Responsável por diversas publicações de âmbito académico sobre paisagem, pintura e arte, tem realizado múltiplos eventos nacionais e internacionais sobre a investigação e prática artísticas.
Expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro, estando representado em coleções públicas e privadas em países como EUA, Espanha, Alemanha, Portugal, Irlanda, Inglaterra, Japão, França, Bélgica, Brasil, entre outros. Recebeu diversos prémios e integra enumeras publicações nacionais e estrangeiras.
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