CIDAAD – Ciclo de Cinema Alemão é o título do novo ciclo de cinema alemão organizado pelo DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Académico) em colaboração com o Goethe-Institut Portugal e a Casa Comum da Reitoria da U.Porto.
No contexto global atual, os meios de comunicação estão saturados com uma infinidade de relatórios, imagens e documentários que revelam claramente uma verdade: quem possui poder é frequentemente tentado a abusar dele; quem tem pouco ou nenhum poder é ignorado ou sistematicamente e até marginalizado. De que forma são estas dinâmicas sociais retratadas no cinema alemão?
Este ciclo proporcionará a oportunidade de construir uma ponte entre clássicos e obras modernas do cinema alemão, entendendo-os como testemunhos culturais e meios de reflexão crítica que abrem o diálogo sobre questões sociais e culturais contemporâneas. Após algumas das sessões, haverá espaço para debate entre o publico e especialistas convidados.
Todos os filmes serão exibidos na língua original com legendas em inglês. Classificação etária recomendada: M16.
Entrada livre.
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Dia 18 NOV’ 24 | 18h00
Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani (2020)
Alemanha, Holanda / 183 min. / Drama
Sinopse:
Francis sobreviveu à fuga da África Ocidental. Quando desperta numa praia no sul da Europa, está decidido a levar, a partir de agora, uma vida organizada e honesta. No entanto, a Berlim dos dias de hoje, onde ele chega, não trata o apátrida sem autorização de trabalho com menos impiedade do que o operário Franz Biberkopf vivenciou no clássico da literatura alemã de Döblin. Assim, Francis recusa inicialmente a oferta para traficar drogas no parque Hasenheide, mas acaba por se deixar influenciar por Reinhold, o seu companheiro neurótico, viciado em sexo e que lhe dá abrigo. Quando Francis conhece Eva, a dona de um clube, e – depois de algumas experiências marcantes – a acompanhante Mieze, sente pela primeira vez algo que até então desconhecia e que Reinhold, especialmente, não lhe deseja: um pouco de felicidade. Tal como a sua inspiração literária, também o contemporâneo Berlin Alexanderplatz trata de sociedade e marginalização, desejo e travestia. Não muito diferente da versão de Fassbinder, o épico de Qurbani é uma viagem sombria através da “noite escura da alma” – e, acima de tudo, por um exílio captado de forma autêntica e atmosférica: Berlim.