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Sexta sessão do ciclo Modos de Rever: História(s) da Arte no Cinema, concebido por Isabel Lopes Gomes. A sessão contará com uma breve apresentação, que antecede a projeção dos filmes "Passion" (1982) e "Scénario du film 'Passion'" (1983), ambos de Jean-Luc Godard, seguida por uma conversa com o cineasta, professor e ensaísta João Mário Grilo e a professora e investigadora Rita Novas Miranda, com moderação de Isabel Lopes Gomes.
20 JUL | SÁB | 17h00
PASSION | PAIXÃO
Jean-Luc Godard | FRA | 1982 | 88'
Saído do Grupo Dziga Vertov, Jean-Luc Godard enveredou por um trajeto mais narrativo, que logo renunciaria. Passion segue um realizador que divide o seu tempo entre recrear pinturas famosas para o filme que tem em mãos, e em conciliar essa rodagem com dois casos amorosos (um com a esposa de um industrial, outro com uma trabalhadora). Trabalhando sobre pressupostos de montagem dialética, Godard estabelece pontos de contacto, mas também oposições, entre cinema e pintura, duas personagens-desejo, duas narrativas distintas e, crucialmente, entre dois tipos de paixão, entre amor e trabalho. Passion é dos exemplos mais claros sobre a "emoção", conceito em que tanto insistia Godard, sobretudo na sua relação com a arte: ""Por vezes, temos de filmar a emoção, encher o ecrã de emoção pura. Isso só a pintura e a música conseguem fazer"" (Cahiers du Cinéma, 1982).
SCÉNARIO DU FILM 'PASSION'
Jean-Luc Godard | FRA | 1983 | 54'
Scénario du film 'Passion' continua a ser uma obra incontornável sobre a relação entre o cinema e o vídeo, contando-se entre as primeiras (e mais bem-sucedidas) incursões de Godard nesse formato. Essencialmente uma maneira de olhar o seu filme anterior ""Passion"", ""Scénario..."" transcende o simples relato cinematográfico da construção de um 'argumento'. Ao alinhar-se a Pasolini no entendimento de que um argumento é ""uma estrutura que quer ser outra estrutura"", Godard expõe, novamente, os aparatos e dispositivos cinematográficos para meditar em todos os processos que dão forma audiovisual a um argumento: nas suas palavras, o que torna “visível aquilo que é invisível” ou o que torna “possível aquilo que é provável”. Como referiu Danièle Huillet: ""É sobretudo um filme sobre o falhanço, e há nele muita coisa de que discordo, mas é capaz de ser o melhor filme de Godard."
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Sexta sessão do ciclo Modos de Rever: História(s) da Arte no Cinema, concebido por Isabel Lopes Gomes. A sessão contará com uma breve apresentação, que antecede a projeção dos filmes "Passion" (1982) e "Scénario du film 'Passion'" (1983), ambos de Jean-Luc Godard, seguida por uma conversa com o cineasta, professor e ensaísta João Mário Grilo e a professora e investigadora Rita Novas Miranda, com moderação de Isabel Lopes Gomes.
20 JUL | SÁB | 17h00
PASSION | PAIXÃO
Jean-Luc Godard | FRA | 1982 | 88'
Saído do Grupo Dziga Vertov, Jean-Luc Godard enveredou por um trajeto mais narrativo, que logo renunciaria. Passion segue um realizador que divide o seu tempo entre recrear pinturas famosas para o filme que tem em mãos, e em conciliar essa rodagem com dois casos amorosos (um com a esposa de um industrial, outro com uma trabalhadora). Trabalhando sobre pressupostos de montagem dialética, Godard estabelece pontos de contacto, mas também oposições, entre cinema e pintura, duas personagens-desejo, duas narrativas distintas e, crucialmente, entre dois tipos de paixão, entre amor e trabalho. Passion é dos exemplos mais claros sobre a "emoção", conceito em que tanto insistia Godard, sobretudo na sua relação com a arte: ""Por vezes, temos de filmar a emoção, encher o ecrã de emoção pura. Isso só a pintura e a música conseguem fazer"" (Cahiers du Cinéma, 1982).
SCÉNARIO DU FILM 'PASSION'
Jean-Luc Godard | FRA | 1983 | 54'
Scénario du film 'Passion' continua a ser uma obra incontornável sobre a relação entre o cinema e o vídeo, contando-se entre as primeiras (e mais bem-sucedidas) incursões de Godard nesse formato. Essencialmente uma maneira de olhar o seu filme anterior ""Passion"", ""Scénario..."" transcende o simples relato cinematográfico da construção de um 'argumento'. Ao alinhar-se a Pasolini no entendimento de que um argumento é ""uma estrutura que quer ser outra estrutura"", Godard expõe, novamente, os aparatos e dispositivos cinematográficos para meditar em todos os processos que dão forma audiovisual a um argumento: nas suas palavras, o que torna “visível aquilo que é invisível” ou o que torna “possível aquilo que é provável”. Como referiu Danièle Huillet: ""É sobretudo um filme sobre o falhanço, e há nele muita coisa de que discordo, mas é capaz de ser o melhor filme de Godard."
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